Um livro de contos - bons contos -, é somente isso que posso dizer. Comentar cada um deles seria uma perda de tempo, já que a leitura dos mesmos investiria o mesmo tempo da leitura de resenhas decentes. Quero me concentrar em um aspecto não muito discutido que me perturbou durante minha experiência com o primeiro conto, O Corpo: a responsabilidade do autor sobre uma ideia original.
Não sei o quão original é a temática da troca de corpos mediante venda, inclusive recentemente o bom filme Get Out nos apresentou uma versão muito mais empolgante e criativa, talvez inspirado nesse conto 15 anos mais velho. Pode ser que eu desconheça alguma versão anterior e que o conto também seja inspirado, mas vou prosseguir meu pensamento considerando que não.
Ideias excelentes merecem execuções excelentes. Me recordo de quando vi a premissa do filme In Time: tempo de vida literalmente se traduzia em dinheiro, os ricos oprimiam os pobres através do controle de tempo, enfim, tudo aparentemente promissor para um grande filme. Ao assistir, que decepção: a execução era horrenda, os pontos interessantes serviam apenas como plano de fundo para relações fajutas e cenas de ação manjadas. Queria que o filme fosse destruído e esquecido para algum diretor que honrasse sua profissão fazer o que a ideia merecia. E é esse mesmo sentimento que me tomou ao ler O Corpo.
Justiça seja feita, muitas das questões que eu esperava surgir foram feitas: qual corpo escolher, como redefinir uma nova vida e, na melhor forma de ficção científica, problemas até então inimagináveis surgem e são solucionados. Infelizmente é no fator humano que a obra peca, focando em assuntos contemporâneos demais em detrimento de outros mais universais. Não tenho como esquecer do que li, mas faria esse esforço caso algum intrépido autor se arriscasse a abordar essa ideia de forma mais responsável e extensa (menos de 200 páginas é sacanagem), apesar de, nunca mais, de forma totalmente original.
Nota: 2,5/5
terça-feira, 31 de março de 2020
domingo, 29 de março de 2020
Era Uma Vez Uma Mulher que Tentou Matar o Bebê da Vizinha: histórias e contos de fadas assustadores - Liudmila Petruchévskaia
Era Uma Vez Uma Mulher que Tentou Matar o Bebê da Vizinha é uma coletânea de contos da russa Liudmila Petruchévskais. Nas suas histórias a autora utiliza elementos sobrenaturais para realçar o realismo das suas histórias que emergem nos sentimentos contraditórios das relações familiares: dedicação e avareza; cuidado e abandono; amor e rejeição.
Nesse cenário, os fantasmas da Liudmila forçam suas personagens e encararem a si mesmos e, ao fazê-lo, as empurram em direção ao buraco do autoconhecimento para, por fim, permitirem o consolo do renascimento. O livro é tão assustador como ser obrigado a ficar nu em frente a um espelho de alto detalhamento.
Editora: Companhia das Letras
Palavras-chave: literatura russa
Páginas: 203
Nota: 4/5
quinta-feira, 26 de março de 2020
A Jornada Espiritual de um Mestre - Alejandro Jodorowsky
Sim, mais um livro de memórias com foto do autor na capa. Mas eu me rebaixar a esse tipo de baixa literatura novamente em tão curto espaço de tempo se deve unicamente à minha curiosidade de ver como Jodorowsky, um dos meus diretores cinematográficos favoritos, se sairia no universo das letras. Não é o primeiro nem último livro dele, que já publicou uma biografia e também obras sobre temas míticos como o tarô, mas foi o primeiro que achei com um preço aceitável.
Qualquer um que tenha assistido um mísero trecho de qualquer um de seus filmes rapidamente desconfia que sua mente trabalha em uma frequência peculiar, e a mesma impressão surge já nas primeiras páginas dessa narrativa que percorre o tempo em que esteve em contato com Ejo Takata, um monge zen japonês que lhe serviu de mestre.
Jodorowsky é um contador de histórias com estilo único, e muitas vezes "recorda" histórias com um nível de absurdo e detalhamento que se mostram improváveis ou até mesmo impossíveis. Sua cartada, na maioria das vezes, para "provar" a veracidade é incluir uma foto da pessoa citada ou de algum documento, o que apenas demonstra que parte do narrado é real, mas deixa uma dúvida na cabeça do leitor. A parte mística, pessoalmente, achei dispensável e em alguns momentos monótona. Fica no ar se ele detém de fato um vasto e profundo conhecimento do espiritual ou está no gradiente da esquizofrenia. Nesse tema, destaco os koans - pequenas adivinhações japonesas supostamente profundas - que são trocados por ele e o mestre durante toda a leitura, muitas vezes com insights espirituosos e cômicos.
O livro contém uma sobremesa que para mim é sua melhor parte: Um último capítulo denominado "Anedotário", que é exatamente o que eu desejava de um livro de memórias de Jodorowsky: pequenos textos sobre seus encontros com celebridades como Dalí, os Beatles, Pablo Neruda, Marilyn Manson, ocasiões onde aplicou os ensinamentos recebidos diretamente na vida pessoal e curiosidades diversas de sua carreira como cineasta e diretor de teatro que deveriam ocupar um espaço maior na obra. Minha torcida é que algum dia uma versão mais completa desse capítulo se torne um livro por si só.
Nota 3.5/5
Qualquer um que tenha assistido um mísero trecho de qualquer um de seus filmes rapidamente desconfia que sua mente trabalha em uma frequência peculiar, e a mesma impressão surge já nas primeiras páginas dessa narrativa que percorre o tempo em que esteve em contato com Ejo Takata, um monge zen japonês que lhe serviu de mestre.
Jodorowsky é um contador de histórias com estilo único, e muitas vezes "recorda" histórias com um nível de absurdo e detalhamento que se mostram improváveis ou até mesmo impossíveis. Sua cartada, na maioria das vezes, para "provar" a veracidade é incluir uma foto da pessoa citada ou de algum documento, o que apenas demonstra que parte do narrado é real, mas deixa uma dúvida na cabeça do leitor. A parte mística, pessoalmente, achei dispensável e em alguns momentos monótona. Fica no ar se ele detém de fato um vasto e profundo conhecimento do espiritual ou está no gradiente da esquizofrenia. Nesse tema, destaco os koans - pequenas adivinhações japonesas supostamente profundas - que são trocados por ele e o mestre durante toda a leitura, muitas vezes com insights espirituosos e cômicos.
O livro contém uma sobremesa que para mim é sua melhor parte: Um último capítulo denominado "Anedotário", que é exatamente o que eu desejava de um livro de memórias de Jodorowsky: pequenos textos sobre seus encontros com celebridades como Dalí, os Beatles, Pablo Neruda, Marilyn Manson, ocasiões onde aplicou os ensinamentos recebidos diretamente na vida pessoal e curiosidades diversas de sua carreira como cineasta e diretor de teatro que deveriam ocupar um espaço maior na obra. Minha torcida é que algum dia uma versão mais completa desse capítulo se torne um livro por si só.
Nota 3.5/5
A Paciente Silenciosa – Alex Michaelides
Agarrei o computador para escrever
esta resenha assim que fechei a última página do thriller
psicológico de Alex Michaelides. No presente momento, os pedaços da
história ainda estão se reacomodando e se acostumando às
informações novas do seu final surpreendente.
A Paciente Silenciosa narra o
tratamento de Alicia Berenson pelo psicoterapeuta Theo Faber. Alicia
foi uma talentosa artista que, inesperadamente, deu 5 tiros no rosto
do seu marido Gabriel. No momento do julgamento, as motivações do
crime estavam obscuras. Sabe-se que ela sempre demonstrou profundo
amor e carinho pelo esposo e que foi encontrada, logo após o
assassinato, ao lado do corpo mutilado do marido, perto da arma do
crime e com o pulso cortado, em uma tentativa fracassada de tirar a
própria vida. Após o crime, Alicia nunca mais falou; muda, não
pôde se defender e foi internada em um manicômio judicial na
Inglaterra.
Seis anos após o ocorrido, o
psicoterapeuta Theo Faber demonstra interesse profissional no caso.
Ultrapassando os limites impostos pelo distanciamento entre paciente
e terapeuta, Faber arquiteta um plano para ser contratado pelo
hospital em que Alicia está internada. O livro demonstra a
flexibilização da ética profissional de Faber que enquanto
terapeuta busca solucionar o caso ao mesmo tempo em que lida com a
carga emocional de sua infância abusiva. Os tratamentos de Alicia se
confundem com os de Theo quando este constrói uma relação em que
se torna difícil distinguir o terapeuta da paciente.
Michaelides desenha uma história que
conta abusos sofridos por pessoas com transtornos mentais e a
dificuldade de um tratamento humano em manicômios judiciais. Alicia
parou de falar muito depois de terem parado de ouvi-la. Acompanhar
Alicia significa nos aproximar das histórias de abusos em hospitais
psiquiátricos, de silenciamento dos pacientes e de negligência por
parte daqueles que preferem dopar e esquecer a acolher e ouvir.
O livro é incômodo e nos relembra
daqueles que, mais por imposição do que por escolha, não podem
contar a própria história.
Editora: Record
Páginas:350
Palavra-chave:
ficção cipriota
Nota: 4/5
segunda-feira, 23 de março de 2020
Os Criadores de Coincidências - Yoav Blum
Os Criadores de Coincidências foi provavelmente o primeiro livro iraniano que eu li na vida. A edição brasileira é bonita e tem a capa com um toque emborrachado (aparentemente confortável o bastante para ser sucessivamente mordida pela minha gata filhote) e com um marcador que eu não tive coragem de destacar da orelha do livro. Convém ressaltar que a ideia de violar um livro cortando a sua orelha, ao menos para mim, não parece compensar um marcador de texto personalizado.
A proposta do livro é interessantíssima e foi o que de fato chamou a minha atenção na livraria: a história dos nada convencionais criadores de coincidências, pessoas que dedicam a sua vida a dar uma forcinha ao acaso. Parece genial contar a história daqueles que são experts em fazer com que coisas simples, que vão desde o bater das asas de uma borboleta ou o encontro de casais, até grandes revoluções, pareçam fruto de encontros despropositais.
O problema está no que o livro efetivamente entrega. Os Criadores de Coincidências é uma história leve que narra a vida dos novatos Guy, Emily e Eric que, enquanto aprendem sobre o ofício, e não sendo realmente humanos, adquirem importantes lições sobre amizade, amor e lealdade. No entanto, o autor não explora o suficiente as questões filosóficas relacionadas às coincidências criadas (o que mais esperar de um livro sobre criação de coincidências?). Assim, não sabemos exatamente qual a extensão da influência dos criadores na vida das pessoas impactadas.
E daí surgem algumas questões fundamentais, e que não foram adequadamente exploradas no livro. Por exemplo, existe livre-arbítrio no universo desenhado no livro? O livro nos direciona explicitamente em uma resposta afirmativa, mas sem justificá-la.
No final, temos ideias soltas, propostas com pouca explicação e desenvolvimento. O livro cresce efetivamente nas frases de efeito, sendo uma reflexão sobre a vida, amor e relacionamentos. Mas mesmo assim, ele se prende ao senso comum.
Como história, Os Criadores de Coincidências é previsível e não tira o leitor da sua zona de conforto. Como reflexão, o livro repete ideias consolidadas em uma sequência de frases de efeito. Esperava mais.
Como história, Os Criadores de Coincidências é previsível e não tira o leitor da sua zona de conforto. Como reflexão, o livro repete ideias consolidadas em uma sequência de frases de efeito. Esperava mais.
Editora: Planeta
Páginas: 320
Palavras-chave: ficção estrangeira; ficção israelense
Nota: 2/5
domingo, 22 de março de 2020
Minha Irmã, a Serial Killer - Oyinkan Braithwaite
Será que a proximidade, afinal, favorece o julgamento do caráter? O
que é preciso para que possamos julgar com adequado senso de
realidade as ações das pessoas que mais amamos? Quantos de nós
seriamos capaz de abrir mão da lealdade familiar para assumirmos que
nossos pais e irmãos são pessoas ruins? O que seria necessário
para tanto?
Minha irmã, a
serial killer narra a história de Korede que, embora
extremamente realista, não consegue enxergar que a sua irmã é uma
serial killer que precisa ser urgentemente contida.
Ela conhece as
estatísticas, sabe que, a julgar pela quantidade de corpos, Ayoola
pode ser oficialmente categorizada como uma serial killer, mas.. e se
as desculpas usadas pela assassina forem de fato verdadeiras? E se
ela for a real vítima da história?
Korede é a pessoa
que mais conhece a irmã; Korede é a pessoa que mais se deixa
enganar pela irmã. Como isso é possível?
Ayoola é uma mulher
jovem, linda, sedutora e aparentemente indefesa, ao mesmo tempo em
que ultrapassa as barreiras da vida privada da sua irmã mais velha,
a sufoca e corrompe com a finalidade de satisfazer os seus prazeres
pessoais e impulsos egoístas. Mas para Korede essas informações
não aparecem com a claridade que é evidente ao leitor. Ela é a
irmã mais velha que, como tal, ama e tem o dever de cuidado. Esses
dois elementos que estamos, como leitores, desprovidos, fazem com que
aquilo que é extremamente nebuloso para a protagonista se torne
evidente no decorrer da leitura.
Essa contraposição
entre distanciamento do leitor e proximidade da protagonista faz com
que o livro sirva de base para uma autoavaliação das nossas
relações com familiares e amigos próximos. Será que somos tão
diferentes assim da Korede?
Este é um livro que
narra com leveza e comicidade a perspectiva de familiares e de
pessoas próximas a assassinos em série. Voltado para o seguimento
de jovens adultos, Minha irmã, a serial killer
pode ser lido em uma sentada; a leitura é divertida e dificilmente
incomodará públicos mais sensíveis.
Essa é uma leitura
que, com escrita simples e agradável, amadurece com o decorrer do
tempo. Além disso, representa uma ótima opção para carregar na
bolsa quando for possível (e seguro) andar de transporte público
novamente.
Livro muitíssimo
recomendado!
Editora:
kapulana
Páginas: 184
Nota: 5/5
Páginas: 184
Nota: 5/5
sábado, 21 de março de 2020
Só pode ser brincadeira, sr. Feynman! - Richard Feynman
Não sou fã de biografias. Não me interessam os pequenos detalhes das vidas alheias que tem como único propósito catalogar e informar quem fez o quê, quando e onde. Pior ainda se não for uma auto-biografia, com informações tiradas de fontes não muito confiáveis ou tendenciosas, que em geral são caça-níqueis em forma de livros estampados com grandes retratos da celebridade em ascensão ou recém-falecida. Uma regra de ouro que estou quebrando mais do que deveria atualmente: não se compra livro com foto de alguém na capa, da mesma forma que se evita capas de pôster de filme.
Dito isso, sou muito fã de livros de memórias. Quando um autor se dedica a escolher a dedo o que realmente importou de sua vida, estamos sendo presenteados com a oportunidade de, em algumas poucas horas, apreciar uma seleção de histórias que demorou uma vida inteira para ser reunida. Melhor ainda quando o autor teve uma trajetória tão singular quanto Richard Feynman.
Meu primeiro contato com esse sujeito foi através de suas famosas palestras de física, transcritas em três volumes que espantam pela abrangência e pedagogia. Não por acaso essas palestras, filmadas com tecnologia bem ultrapassada, são vistas até hoje. Em algum momento fiquei sabendo que ele havia ganho um prêmio Nobel por algum assunto incompreensível para mim, que tinha vindo ao Brasil dar aulas e que tinha histórias engraçadas. Foi com esse conhecimento que embarquei nesse livro de memórias.
Logo se percebe que Feynman entende perfeitamente como deve funcionar um livro de memórias: só é revelado o que interessa ao autor, sua figura é construída sem a menor modéstia, seus erros são minimizados, sempre aparecendo para mostrar sua humildade de reconhecê-los, e principalmente, sua forma de ver a vida e acertos são vangloriados a todo momento. A personalidade forte, inteligência, sagacidade, bom humor (as vezes rabugice) e espírito aventureiro são os motivos constantes e que criam a figura necessária para tornar críveis as histórias contadas, que de fato parecem improváveis de ocorrerem no curso da vida de apenas uma pessoa.
A física surge em apenas momentos pontuais, assim como assuntos da vida pessoal como casamentos e mudanças, que dão lugar a experiências profissionais, encontros com figuras históricas da ciência como Einstein e Bohr, a participação no Projeto Manhattan e até a reformulação acidental na academia brasileira. Em contraposição aos grandes feitos, parte do livro é focada em pequenos problemas curiosos e divagações culturais e filosóficas através de uma lente muito racional e cartesiana.
Como todo bom livro de memórias, o leitor é exposto a bons exemplos de vida - os maus exemplo são geralmente omitidos ou tangenciados - e também infectado com novas ideias e possibilidades. Incrível como alguém com um talento gigantesco na área da ciência tenha também conseguido sintetizar tão bem na literatura sua experiência de vida.
Nota 4/5
sexta-feira, 20 de março de 2020
Sobre os Ossos dos Mortos - Olga Tokarczuk
Janina Dusheiko é uma idosa autêntica, de personalidade forte e com crenças nada convencionais. Extremamente coerente, entende que o universo é composto de um todo indissolúvel em que todas as vidas, selvagens e civilizadas, são dotadas do mesmo valor e, por conseguinte, deveriam possuir o mesmo conjunto de direitos. Versada nos conhecimentos astrológicos, e tachada de “velha louca”, a senhora escolhe se isolar nas frias e inóspitas montanhas da Polônia, em um lugar na fronteira com a República Tcheca.
A
tranquilidade da gelada rotina da professora de inglês, e dos
moradores daquela localidade, muda completamente quando um dos seus
vizinhos aparece morto. Sobre os Ossos dos Mortos se desenha em torno
de uma investigação policial, a partir da perspectiva nada
convencional de Janina.
O
livro traz um necessário questionamento em torno da naturalização
da hierarquia de vidas, assim como as consequências do abuso e da
exploração da natureza em prol dos prazeres humanos. A história
diverte pela excentricidade da protagonista, prende devido ao fluxo e
à velocidade dos acontecimentos típicos
de um livro investigativo e
incomoda aqueles que, como eu, estão há
um longo caminho de uma vida sustentável.
Janina
tem muito a dizer. Será que
você está preparado?
Editora:
todavia
Páginas:
256
Palavras-chave:
literatura-polonesa; romance; ficção contemporânea
Nota:
4/5
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