Será que a proximidade, afinal, favorece o julgamento do caráter? O
que é preciso para que possamos julgar com adequado senso de
realidade as ações das pessoas que mais amamos? Quantos de nós
seriamos capaz de abrir mão da lealdade familiar para assumirmos que
nossos pais e irmãos são pessoas ruins? O que seria necessário
para tanto?
Minha irmã, a
serial killer narra a história de Korede que, embora
extremamente realista, não consegue enxergar que a sua irmã é uma
serial killer que precisa ser urgentemente contida.
Ela conhece as
estatísticas, sabe que, a julgar pela quantidade de corpos, Ayoola
pode ser oficialmente categorizada como uma serial killer, mas.. e se
as desculpas usadas pela assassina forem de fato verdadeiras? E se
ela for a real vítima da história?
Korede é a pessoa
que mais conhece a irmã; Korede é a pessoa que mais se deixa
enganar pela irmã. Como isso é possível?
Ayoola é uma mulher
jovem, linda, sedutora e aparentemente indefesa, ao mesmo tempo em
que ultrapassa as barreiras da vida privada da sua irmã mais velha,
a sufoca e corrompe com a finalidade de satisfazer os seus prazeres
pessoais e impulsos egoístas. Mas para Korede essas informações
não aparecem com a claridade que é evidente ao leitor. Ela é a
irmã mais velha que, como tal, ama e tem o dever de cuidado. Esses
dois elementos que estamos, como leitores, desprovidos, fazem com que
aquilo que é extremamente nebuloso para a protagonista se torne
evidente no decorrer da leitura.
Essa contraposição
entre distanciamento do leitor e proximidade da protagonista faz com
que o livro sirva de base para uma autoavaliação das nossas
relações com familiares e amigos próximos. Será que somos tão
diferentes assim da Korede?
Este é um livro que
narra com leveza e comicidade a perspectiva de familiares e de
pessoas próximas a assassinos em série. Voltado para o seguimento
de jovens adultos, Minha irmã, a serial killer
pode ser lido em uma sentada; a leitura é divertida e dificilmente
incomodará públicos mais sensíveis.
Essa é uma leitura
que, com escrita simples e agradável, amadurece com o decorrer do
tempo. Além disso, representa uma ótima opção para carregar na
bolsa quando for possível (e seguro) andar de transporte público
novamente.
Livro muitíssimo
recomendado!
Editora:
kapulana
Páginas: 184
Nota: 5/5
Páginas: 184
Nota: 5/5
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