De tempos em tempos as mudanças de paradigmas exigem dos pensadores uma ressignificação dos conceitos. Talvez o maior alvo desse fenômeno seja a arte, assim como as transformações políticas do início do século XX. Esse ensaio aborda os dois, e por isso se mantém relevante até hoje, apesar de seu escopo já ser, quase cem anos depois da publicação, muito superado.
O tema principal, após uma breve introdução em marxismo e história da arte, é a disseminação das então novas artes reprodutíveis pelas massas, como o cinema, em especial pelos movimentos fascistas. Diversos exemplos de como a coletivização da arte pode ser um instrumento de controle são apresentados e, na parte final, explica-se como a politização da arte é o contra-ataque ideal para o comunismo. Nada muito profundo, mas certamente serviu de base para outros estudos posteriores.
Reconheço que tenho uma grande dificuldade, dada minha posição no futuro, de aceitar o conceito de originalidade do autor, e fico mais perplexo ainda de saber que pessoas ainda se prendem a tal noção. A obra foi escrita ainda na fase larval da sétima arte, e simplesmente não teria como captar todos os desdobramentos e evoluções que hoje em dia consideramos banais e que em muitos pontos contradizem o que está escrito. Isso para não falar nas evoluções das obras que se encaixam no conceito de "originais" e que, em um olhar mais atento ao presente, estaria em um limbo da definição. O mesmo se aplica na parte política, e quem quiser utilizar essa obra para "conhecer o passado para não repeti-lo" vai estar na verdade preso em uma visão muito limitada frente aos desafios atuais.
Nota: 3/5
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