O pequeno livro é composto pelas histórias que podem ter a sua linearidade resumida na seguinte citação que Quiroga faz de Dostoiéviski: "não há nada mais belo na vida do que uma lembrança pura". Esta citação foi usada para descrever as lembranças do amor juvenil de Nébel, que vive um quase romance proibido com a menina Lídia. Afirmo quase romance porque Nébel preferiu por manter a menina assim: como uma imagem pura e imaculada que, enquanto uma angelical menina de 14 anos não foi sequer por ele beijada. Todavia, posso afirmar que a citação afirmada também se aplica ao segundo conto, que descreve a paixão do argentino Grant pelo belo olhar das atrizes de cinema norte-americanas, que ele contempla nas suas idas assíduas ao cinema local.
As histórias de Quiroga são marcadas pelo devaneio, pelo gozo da iminência de uma sensação que só é prazerosa porque nunca realizada. E, como nunca realizada, permanece perfeita no mundo da imaginação dos personagens. As mulheres de Quiroga são como anjos imaculados, perfeitos porque inacessíveis e, porque inacessíveis, desejáveis.
Horácio Quiroga tem um excelente domínio da escrita, mas sobretudo da passagem do tempo e espaço das duas histórias. Os contos são dinâmicos, sofisticados e imaginativos.
Nota: 5/5
Editora: L&PM Pocket
Páginas: 126
As histórias de Quiroga são marcadas pelo devaneio, pelo gozo da iminência de uma sensação que só é prazerosa porque nunca realizada. E, como nunca realizada, permanece perfeita no mundo da imaginação dos personagens. As mulheres de Quiroga são como anjos imaculados, perfeitos porque inacessíveis e, porque inacessíveis, desejáveis.
Horácio Quiroga tem um excelente domínio da escrita, mas sobretudo da passagem do tempo e espaço das duas histórias. Os contos são dinâmicos, sofisticados e imaginativos.
Nota: 5/5
Editora: L&PM Pocket
Páginas: 126
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