sábado, 18 de abril de 2020

Marina - Carlos Ruiz Zafón

Óscar é um adolescente de 15 anos que foi largado em um internato em Barcelona pelos seus pais displicentes. A válvula de escape da sua rotina educacional reside nas suas pequenas fugas entre o término das suas aulas e o horário de jantar na instituição. Em uma das suas andanças pela cidade, o menino se deparou com um antigo casarão pertencente à descendentes de uma próspera burguesia, mas que viviam tempos de decadência. Recebido por um gato assassino e uma música enfeitiçadora, Óscar invadiu o ambiente e, sem perceber, roubou um antigo relógio da família.

Ao retornar para devolver a valiosa joia, o adolescente começou a desenvolver uma amizade com Marina, a encantadora menina da sua idade, e o melancólico e frágil Gérman, seu pai. Esse é um livro de memórias e, conforme o próprio Zafón afirma, as lembranças tem a característica de nos remeter ao que nunca aconteceu. Isso justifica a aura de incredulidade dos elementos que rodeiam o texto - e a própria história.

Quando peguei Marina nas mãos, imaginei que se trataria de um romance. A história da paixão de Óscar por Marina é uma parcela da aventura que os dois viveram na Buenos Aires do século XX. Uma mulher de preto em um cemitério, o significado da borboleta negra e uma estufa de bonecos deformados fazem parte da trama que os dois jovens tentam desvendar.

Todavia, não posso dizer que a leitura me agradou. Trata-se de um livro de mistério sem suspense, com uma história que se desenrola em uma velocidade demasiadamente lenta. Os momentos de ação não acompanham o dinamismo necessário para prender o leitor à leitura. Além disso, o livro é cheio de descrições metafóricas. O autor não descreve as coisas pelo que elas são, mas por aquilo que elas remetem. No início da leitura parece uma abordagem interessante, mas que rapidamente torna-se excessivamente enfadonha.

Nota: 2,5/5
Editora: Objetiva
Páginas: 189

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