sexta-feira, 22 de maio de 2020

O Homem e seus Símbolos - Carl Jung

Sou da opinião que é sempre válido colecionar conhecimentos sobre os mais variados assuntos, e reparei recentemente que minha compreensão da psicologia é nula. O ponto de referência inicial lógico seria Freud, mas sinceramente não queria ficar lendo coisas sobre sexualidade. Me restou então Jung, que um ex-padre austríaco que conheci (história louca) me disse uma vez ser o maior gênio da área. Pesquisei um pouco sobre qual seria o melhor livro para uma introdução e cheguei nessa obra.
O Homem e seus Símbolos foi feito exatamente como um apanhado introdutório de sua vasta produção, organizado por um leigo que servia como "padrão-médio" na função de identificar a dificuldade de compreensão dos textos. O primeiro texto, de autoria de Jung, é, como esperado, o melhor. Nele o autor expõe no nível mais simples suas teorias complexas sobre o inconsciente e os sonhos, se apoiando em evidências de simples assimilação e causos de sua vida. Não vou me estender nos temas abordados, mas vale dizer que a escolha das ilustrações exemplificativas é incrível e demonstra o nível cultural do pensador, que além de conhecer tais exemplos, consegue retirar suas essências magistralmente.
Os textos seguintes, já de autoria de alguns de seus mais proeminentes discípulos, passam pela explicação e exemplificação dos arquétipos, do simbolismo na arte e com a narração riquíssima da análise de um caso concreto. São legais, porém preferiria ler diretamente de Jung. Quem sabe não faço isso em breve.
Para um ignorante como eu, a leitura é a todo tempo fascinante. A lente jungiana de fato dá uma nova dimensão a muitos pontos que eu havia deixado de prestar atenção na vida, embora não possa dizer que me convenceu plenamente de sua concretude. Claro, isso não é algo que se possa esperar de uma obra quase que de divulgação, mas a quantidade de evidências místicas ou anedóticas vão muito ao oposto do que espero de algo que se considera científico. Jung tem seus argumentos quanto a isso, mas, baseado no que li nesta obra em específico, passou longe de me convencer.
Altamente recomendado para quem quer saber um mínimo da psicologia do inconsciente, mas já avisando que deixa mais perguntas na mente do que respostas.

Nota: 4/5

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A Obra de Arte na Época da Reprodutibilidade Técnica - Walter Benjamin

De tempos em tempos as mudanças de paradigmas exigem dos pensadores uma ressignificação dos conceitos. Talvez o maior alvo desse fenômeno ...