Um homem atropela uma lebre, tem uma epifania e muda completamente de vida, aprontando altas confusões. Esse é um resumo honesto da obra.
Escrito quando o autor tinha 33 anos, é um coming of age da meia-idade, onde o protagonista está maduro o suficiente para perceber que a vida conquistada não é exatamente a prometida, e as aventuras da liberdade são superiores à rotina do dia a dia.
Embora totalmente inverossímeis (o protagonista sobrevive a dois ataques de ursos), cada causo contado é cirurgicamente preciso na experiência masculina. O valor do companheirismo, da palavra e dos costumes mais ancestrais entre os homens é presente e imutável durante toda a leitura.
Alguns personagens cativantes até são apresentados, mas além do protagonista e sua lebre, certamente a Finlândia rouba a cena, com suas florestas, rios, vilarejos e campos nevados. São tantos os deslocamentos que dá vontade de ler acompanhado de um mapa. A vida selvagem também é bem representada, tanto dos homens que vivem da terra inóspita quanto dos animais nativos.
Infelizmente a qualidade das virtudes apresentadas não estão acompanhadas no mesmo nível pela qualidade da escrita, que é superficial e sem grandes desafios, fazendo que a obra se torne uma leitura rápida, possível de se terminar em duas sentadas. A única surpresa é, ao terminar o livro, ler um relato do autor que a história é baseada em fatos reais e entrevistas com o protagonista. Papo furado, mas me pegou, bem bolado.
Nota: 3,5/5
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